Você já pensou em estudar para dois concursos ao mesmo tempo? Descubra se vale a pena fazer isso ou é melhor focar em apenas um.
Se você é concurseiro e deseja se tornar um servidor público federal, provavelmente já se questionou se dá para estudar ao mesmo tempo para o concurso da Polícia Federal e para o da Polícia Rodoviária Federal.
Mas será que é possível conciliar as duas provas e fazer os dois concursos? Neste texto, eu vou te contar o que eu faria diante dessa situação, pois foi exatamente o que aconteceu comigo. Além disso, vou te dizer se vale a pena e como conciliar os dois editais.
Minha experiência ao estudar para dois concursos
No início da minha preparação para concurso, tanto a PF quanto a PRF eram instituições que me agradavam muito. Meu objetivo de vida era fazer parte de uma delas — e eu não descansaria até chegar lá.
Na hora de começar a estudar, de fato, eu pensei em focar nas matérias básicas que caem nas duas provas, a fim de me preparar, ao mesmo tempo, para ambas. Assim, eu faria a que viesse primeiro e, depois, focaria 100% na outra — e passaria em uma delas.
No início, alguém me aconselhou a escolher uma só. No entanto, não dei ouvidos, uma vez que tinha bastante tempo até as provas e me considerava capaz de passar nas duas.
Mas não era só isso, eu tinha medo de abandonar uma das opções. E se aquela desse errado? Eu não estaria preparado para a outra. Dessa forma, decidi estudar para os dois concursos ao mesmo tempo.
No entanto, aconteceu o que eu não esperava. Os dois editais abriram em datas muito próximas — praticamente no mesmo mês. Além disso, a concorrência das duas era gigantesca, algo como 600 candidatos para uma vaga.
Só quem está 100% focado no seu objetivo vai ser aprovado
Sem dúvida, com tamanha concorrência, não havia espaço para erro. Eu sabia que somente os mais preparados teriam a chance de serem aprovados. E mais, ao ler os editais, percebi que várias matérias novas foram introduzidas, como Estatística, Banco de Dados, TI, Programação e Contabilidade.
Sendo assim, seria muita coisa para aprender não só de um concurso, mas de dois. E eu, que ainda estava fazendo 70, 80 pontos nos simulados, não ia conseguir — em 3 ou 4 meses — atingir de 100 a 120 pontos, para estar confiante o suficiente no dia da prova.
Então, nesse momento eu entendi que não daria para conciliar os dois concursos. Se eu me dedicasse apenas 50% para a PF e 50% para a PFR, eu estaria em desvantagem, uma vez que muitos outros candidatos estariam focados 100% em uma, ou 100% na outra.
Depois desse raciocínio a decisão foi óbvia. Eu queria ser um dos candidatos com a vantagem de estar totalmente focado em determinada prova. Assim, escolhi um concurso apenas e decidi focar 100% nele — o que me deu muito mais confiança, afinal agora eu estaria com a vantagem.
Descartei, portanto, todo o material e o conhecimento adquirido para a PRF e passei a me dedicar totalmente ao concurso da PF. De fato, foi a melhor decisão que tomei, pois me levou a alcançar o segundo lugar na prova objetiva.
Saiba como Conciliar trabalho e estudo para concurso
Afinal, vale a pena estudar para os dois concursos?
Até agora, contei a minha experiência. Isso pode fazer você se perguntar qual a probabilidade de os dois editais abrirem juntos novamente. E te respondo: a chance é gigante. Não foi a primeira vez que isso aconteceu — e não será a última.
Em 2018 e em 2021, as provas vieram juntas. Em 2023 ou 2024, elas também tendem a seguir esse padrão. A “coincidência” acontece por uma questão política. Se a PF pede ao Governo um número de vagas e ele oferece, a PRF não vai querer ficar de fora. Então, o governo vai acabar dividindo as vagas entre os dois concursos.
Sendo assim, é muito provável que ambos concursos sempre coincidam — salvo raras exceções. Portanto, em regra, o ideal é focar 100% em um único concurso — o seu objetivo principal. Depois disso, você se dedica ao outro.
Se você já é concurseiro, sabe que não é fácil dominar minimamente as matérias de um concurso. Imagine incluir conteúdos de outro edital? Além disso, você não vai assumir os dois cargos — PF e PRF —, terá de escolher um. E a chance de você passar, quando foca em apenas um, é muito maior do que quando se divide em dois concursos.
Ademais, na maior parte dos casos, o que separa os aprovados dos reprovados são 1, 2 ou 3 questões no máximo. Então, tenha um objetivo principal, um plano A para se dedicar 100%. Depois que essa prova passar, se você ainda quiser fazer a outra, vá em frente.
Por fim, se a prova do seu objetivo principal está longe — 3 anos, por exemplo — e você tem outra opção, aproveite então para focar 100% nesse plano B. Depois que essa prova passar, você poderá se dedicar totalmente ao objetivo principal. Mas não vale a pena conciliar os dois, uma vez que você acabaria se dedicando pela metade.
Quando eu conciliaria dois editais?
Se você tem certeza de que vai passar na prova do seu objetivo principal, não há problema em conciliar dois editais. Mas só se não houver mais dúvidas e você estiver tirando de 100 a 120 pontos no simulado.
Nesse sentido, a única coisa que pode te fazer reprovar é um infortúnio. Por exemplo, passar mal no dia da prova, se machucar antes do teste físico, sofrer um acidente ou ser eliminado do curso de formação, por exemplo.
Nesse caso, em que o concurseiro tem praticamente a garantia de que vai passar, eu conciliaria dois editais. Assim, se algo acontecesse com o plano A, haveria outra opção. Mas somente diante de uma situação em que a chance de passar é garantida — no que diz respeito ao conteúdo —, isto é, não há mais dúvida alguma em relação às matérias, e as notas dos simulados comprovam isso.